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Tudo o que acontece, inclusive eu sentada aqui tentando traduzir algumas impressões sobre a magia da vida, olhando essa lua enorme refletir-se no mar, pregada no alto do céu feito uma lamparina, tudo isso é consequência daquela grande explosão que deu origem ao nosso sistema. Ou é consequencia do que deu origem à grande explosão e ao universo inteiro, o que daria no mesmo. É como uma coreografia, impressa em nosso código genético. Tudo aquilo que fazemos faz parte da dança. E como isso vale para todos os seres, inclusive os sutis, e para tudo aquilo que existe, mesmo que não sejamos capazes de ver vida na matéria, pode-se dizer que tudo aquilo que acontece faz parte da coreografia, tudo aquilo que nos acontece e todas as nossas ações, que não passam de reações a tais fatos.
Seria um engano concordar com esse raciocínio e então concluir que a coreografia nos isenta de fazer escolhas, e agir no mundo. O que é preciso entender é que os momentos em que a vida nos exige tomar decisões, também eles fazem parte da dança. E nossas decisões elas mesmas já eram antes mesmo de nascermos. A dúvida, as perturbações da mente com as possibilidades criam a ilusão de que decisões diferentes poderiam ser tomadas, de que as coisas poderiam ser diferentes. Nada poderia ser diferente do que é. Não existem possibilidades. Existe apenas o que é, existe apenas o agora. Não existem as decisões que não tomamos, as ações que não escolhemos por prudência, falta de coragem ou qualquer motivo. Existem apenas as ações que realizamos e suas consequências, e as consequências delas e assim por diante.
É preciso também entender que essa sequencia de consequencias, de ações e reações, ela tambem é uma ilusão. Tudo aquilo que é faz parte de uma única cadeia de eventos, que é a própria existência. Indagar-se sobre o evento que deu origem a essa sequencia, da qual a grande explosão supracitada é provavelmente apenas mais um evento, é inevitável. E a reflexão é válida, e é provável que seres diferentes cheguem a raciocínios diferentes, mas a verdade que se me revela é que mesmo a idéia de sequência é ilusória. Não existe um evento depois do outro, existe apenas o agora. Existem todos os eventos ao mesmo tempo em cada partícula de matéria no mundo, em cada fluxo de energia.
São as interseções entre essas aparentes decisões que criam os fatos, são os esbarrões que configuram o que chamamos de eventos, sejam esbarrões entre células, entre criaturas, entre astros. Nossa mente é programada para acreditar que fazemos escolhas. Se eu não tomar a decisão de levantar o corpo da cama, ele não se levantará sozinho. Se não acreditássemos nas possibilidades, é possível que não fôssemos capazes de agir, que ficássemos prostrados à espera do mundo acontecer. O que não deixaria de ser uma decisão e que talvez até encurtasse nosso caminho em direção à luz. Mas nossa mente é programada diabolicamente rumo ao progresso. Suas ferramentas são a curiosidade, a ambição, a luxúria, e tudo o mais que o diabo goste. Acreditar nas possibididades é sinônimo de acreditar na liberdade, na liberdade da humanidade, na liberdade de um povo, na liberdade de um indivíduo. E todas essas ideias são também ilusões, já que isso a que chamam indivíduos são apenas aglomerações de matéria e sopro divino, mas não tão diferentes das outras formas de aglomerações de matéria, e o mesmo sopro divino que há em todas as formas de vida. As combinações resultam em padrões -- indivíduos, espécies -- porque olhamos o mundo com um olhar adestrado a identificar esses padrões. Se mudássemos o olhar, talvez mudássemos também as categorias e então não víssemos mais homem ou mulher, jovem ou velho, eu ou você.
A liberdade real, a única liberdade que existe, é aquela que liberda de todas as ilusões, é o auto-conhecimento, o discernimento, o desapego. Se não te prendes a nada, a nenhum ser, a nenhum conceito, a nenhum ideal, se principalmente não te apegas a ti mesmo por saber que teu ego é a maior de todas as ilusões, aí então és veradeiramente livre.
Realizar todas essas ideias, por simples que pareçam aqui escritas, não é nada simples. Talvez por isso a maioria das mente humanas sejam programadas para acreditar em todas essas ilusões, tempo, possibilidades, indivíduos. Mas a alguns seres acontece de compreenderem essas verdades, além da compreensão espiritual, e então esses seres experienciam tudo isso. Suas ações são as únicas possíveis, como são de todos os seres, como são todos os fatos, mas o são conscientemente. Não há dúvidas, não há insatisfações, como no comportamento espontâneo de uma criança cujo olhar ainda não foi conformado, não há julgamento sobre os eventos. Há a consciência de que tudo é, e de que nada poderia ser diferente. Esses seres são os que agem conscientemente a vontade do Guru, a vontade de Deus, a vontade do universo. São os que conscientemente dançam a dança cósmica, porque lhes foi revelada a coreografia.
Seria um engano concordar com esse raciocínio e então concluir que a coreografia nos isenta de fazer escolhas, e agir no mundo. O que é preciso entender é que os momentos em que a vida nos exige tomar decisões, também eles fazem parte da dança. E nossas decisões elas mesmas já eram antes mesmo de nascermos. A dúvida, as perturbações da mente com as possibilidades criam a ilusão de que decisões diferentes poderiam ser tomadas, de que as coisas poderiam ser diferentes. Nada poderia ser diferente do que é. Não existem possibilidades. Existe apenas o que é, existe apenas o agora. Não existem as decisões que não tomamos, as ações que não escolhemos por prudência, falta de coragem ou qualquer motivo. Existem apenas as ações que realizamos e suas consequências, e as consequências delas e assim por diante.
É preciso também entender que essa sequencia de consequencias, de ações e reações, ela tambem é uma ilusão. Tudo aquilo que é faz parte de uma única cadeia de eventos, que é a própria existência. Indagar-se sobre o evento que deu origem a essa sequencia, da qual a grande explosão supracitada é provavelmente apenas mais um evento, é inevitável. E a reflexão é válida, e é provável que seres diferentes cheguem a raciocínios diferentes, mas a verdade que se me revela é que mesmo a idéia de sequência é ilusória. Não existe um evento depois do outro, existe apenas o agora. Existem todos os eventos ao mesmo tempo em cada partícula de matéria no mundo, em cada fluxo de energia.
São as interseções entre essas aparentes decisões que criam os fatos, são os esbarrões que configuram o que chamamos de eventos, sejam esbarrões entre células, entre criaturas, entre astros. Nossa mente é programada para acreditar que fazemos escolhas. Se eu não tomar a decisão de levantar o corpo da cama, ele não se levantará sozinho. Se não acreditássemos nas possibilidades, é possível que não fôssemos capazes de agir, que ficássemos prostrados à espera do mundo acontecer. O que não deixaria de ser uma decisão e que talvez até encurtasse nosso caminho em direção à luz. Mas nossa mente é programada diabolicamente rumo ao progresso. Suas ferramentas são a curiosidade, a ambição, a luxúria, e tudo o mais que o diabo goste. Acreditar nas possibididades é sinônimo de acreditar na liberdade, na liberdade da humanidade, na liberdade de um povo, na liberdade de um indivíduo. E todas essas ideias são também ilusões, já que isso a que chamam indivíduos são apenas aglomerações de matéria e sopro divino, mas não tão diferentes das outras formas de aglomerações de matéria, e o mesmo sopro divino que há em todas as formas de vida. As combinações resultam em padrões -- indivíduos, espécies -- porque olhamos o mundo com um olhar adestrado a identificar esses padrões. Se mudássemos o olhar, talvez mudássemos também as categorias e então não víssemos mais homem ou mulher, jovem ou velho, eu ou você.
A liberdade real, a única liberdade que existe, é aquela que liberda de todas as ilusões, é o auto-conhecimento, o discernimento, o desapego. Se não te prendes a nada, a nenhum ser, a nenhum conceito, a nenhum ideal, se principalmente não te apegas a ti mesmo por saber que teu ego é a maior de todas as ilusões, aí então és veradeiramente livre.
Realizar todas essas ideias, por simples que pareçam aqui escritas, não é nada simples. Talvez por isso a maioria das mente humanas sejam programadas para acreditar em todas essas ilusões, tempo, possibilidades, indivíduos. Mas a alguns seres acontece de compreenderem essas verdades, além da compreensão espiritual, e então esses seres experienciam tudo isso. Suas ações são as únicas possíveis, como são de todos os seres, como são todos os fatos, mas o são conscientemente. Não há dúvidas, não há insatisfações, como no comportamento espontâneo de uma criança cujo olhar ainda não foi conformado, não há julgamento sobre os eventos. Há a consciência de que tudo é, e de que nada poderia ser diferente. Esses seres são os que agem conscientemente a vontade do Guru, a vontade de Deus, a vontade do universo. São os que conscientemente dançam a dança cósmica, porque lhes foi revelada a coreografia.
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Depois releu o que havia escrito e refletiu que era necessário realizar aquelas palavras, mais do que entendê-las. E para realizá-las, para agir como instrumento da vontade cósmica, era preciso despir-se de todas as ilusões, erradicar a ignorância de seu intelecto. Para isso havia técnicas e era preciso empenhar-se nelas, até controlar e esvaziar completamente a mente e controlar o Ser, puro e supremo, dentro de si. Nele estariam reveladas todas as verdades e então não haveria nem mesmo a necessidade de respostas porque já não haveriam mais perguntas.