Krishna em O Mahabharata [trad. Jean-Claude Carrière]

"Resiste ao que resiste em ti.
Sê tu mesmo"

sábado, 21 de março de 2009

às vezes dá um aperto no peito, um nó na garganta, uma vontade de desistir de todas as coisas...
eu vejo coisas e mais coisas que aconteceram e que eu não lembro direito mas eu fico tentando explicar pra mim mesma, porque eu fiz aquilo naquela época?
às vezes dá vontade de fazer um monte de coisas e aí vem a frustração de ser incapaz de fazer tudo isso. é horrível querer chegar nalgum lugar e não saber como. pior ainda é saber como e não ver em si querer suficiente pra ir até lá.

acho que é natural de vez em quando bater essa melancolia, pra no mínimo compensar, pra gente dar valor à felicidade quando ela vem.

felicidade mesmo, só quando é possível não se deter em nenhuma dessas coisas, quando o peito consegue estar vazio e respirar, e receber do universo sem cobrar. a satisfação da conquista, do alcance da meta, não á felicidade, é algum outro tipo de alegria. a felicidade é mais calma, mais plena.


eu queria tocar piano, eu queria ter ânimo pra colocar em prática esse monte de coisas em que eu acredito, eu queria fazer as coisas que eu gosto ao invés de só falar e pensar e sonhar sobre elas, eu queria saber o que eu quero.


acho que o problema todo é que a vida inteira eu quis chegar, mais nunca quis ir.

segunda-feira, 16 de março de 2009

sozinha pela primeira vez

Já passei muitos dias, semanas e meses solteirando pelo Rio de Janeiro. Mas nunca sozinha como agora.

Sempre tinha alguém em questão. Muitas vezes alguéns. Pretendidos muito mais que pretendentes. O olhar sempre ávido scaneando os ambientes em busca do príncipe encantado, ou ao menos um alvo fácil pra me levar pra casa.

Agora é diferente. Agora, pela primeira vez, entendo o que tantas vezes ouvi dizerem. Me pergunto se quem diz alguma vez entendeu tão bem como eu entendo agora.

"estar bem consigo mesma"

Não adianta ninguém dizer pra ninguém o que é preciso. Porque é preciso sentir isso antes de querer sentir, é preciso que o próprio corpo e a mente entendam antes da razão. A razão só entende quando percebe que o corpo e a mente estão traquilos lá do outro lado, bastando-se.

Aí então é possível dormir tranquilo e acordar leve. Estar com amigos e dirigir a eles toda a atenção. Dançar com o corpo inteiro. Ir embora quando está cansado. Sair de cabelo desgrenhado e roupa larga e chinelo velho e não estar nem aí mesmo. Desligar o celular e fechar o computador pra ninguém interromper sua sessão pipoca na noite de sábado.


Isso sim é leveza.