diferentes literaturas me trazem conselhos como cobertores para que eu possa dormir tranquila, ou espelhos nos quais eu possa reconhecer-me e assim localizar-me no mundo. vez por outra eu preciso repetir em silêncio "eu estou aqui, neste dia, neste lugar. esse é o auge da minha vida e do do cume dessa montanha eu contemplo a felicidade de existir. isso é tudo e eu sou isso."
sem que eu domine inteiramente os processos ou possa explicar a mim mesma em palavras, observo que as coisas começam a se assentar. dentro de mim, nem tantas expansões nem tanta pressa, nem tanto fervor nem tantos compromissos, nem tantos temores nem tantos quereres. apenas a compreensão do que me faz bem e do que me faz mal e de todas as coisas que não são bem uma coisa nem outra mas que podem ser ambos, dependendo do momento. e a sabedoria de ouvir o silêncio para entender com o que se regozijará o espírito a cada instante.
o primeiro dia de novembro é um dia branco e quase não posso ver as montanhas daquela cidade do outro lado do mundo. um céu sem contornos, sem promessas, sem qualquer esplendor. o cair da chuva é suficiente para encher o ar de um som constante e me autoriza a não ter que pensar. de todas as coisas que deveria fazer, nenhuma me parece mais merecedora do que olhar os pássaros pretos cruzarem a imensidão leitosa.
2 comentários:
de veras novembro chegou de mansinho.
sobre o q costumamos conversar, q bom q andas a conseguir 'dominar os processos'
isso faz pouco sentido emmim.
mas da diferença faz-se a vida :)
abraços xuvosos em, cobertas
novembro sempre chega com chuva... é o dia de finados! chove tbm, aqui na alemanha =)
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