Krishna em O Mahabharata [trad. Jean-Claude Carrière]

"Resiste ao que resiste em ti.
Sê tu mesmo"

quinta-feira, 29 de julho de 2010

o que eu percebi ontem

talvez seja um pouco clichê. mas ontem eu percebi. experimentei. não foi a mera formulação de um conceito ou cenário.

do sutil ao denso, do denso ao sutil. a vida como um barco. a gente no leme, nos remos, na vela.

a felicidade estampada com cara de céu azul adiante, acima ao nosso redor todo. essa cúpula azul que paira sobre nós, que satisfeitos contemplamos. a felicidade. absolutamente sutil.

de vez em quanto pensamentos se condensam em nuvens que flutuam por esse céu. às vezes são tantas e tão densas que nublam, chegam a formar tempestades. o vento que é brisa ou tornado são os sons da nossa mente. nosso comentarista interno.

abaixo do barco, o mar. um mar. a água bem mais densa que o ar. mais escura também. sustentando o barco, mas também direcionando-o. às vezes se agitando e jogando-o acima, aos lados, obrigando-nos a desviar o olhar da bela cúpula e cuidar para que o barco não vire. esse mar é nosso peito. é cheio de tristezas nadando em cardumes agitados, cavucando e espetando os solos coloridos, dançando por dentre os corais... ou arrastando-se lentas e secretas, monstruosas, nas fossas abissais.

pois bem, está aí a imagem que eu contemplei. o barqueiro, um vasudeva dos mares, tranquilo namora a felicidade azul. chega a divertir-se com um e outro pensamento quelhe cruza a vista. o vento sopra tranquilo e agradável, o mar balança confortável sob suas costas que descansam no barco. se acumulam algumas nuvens, o vento acelera, a luminosidade diminui, o mar se agita. o barqueiro se levanta e encara o mar. o vento uiva. e ele sabe, sente, vive o monstro que como as asas da borboleta, gere a tormenta. e ele sabe que quando for capaz de mergulhar muito fundo e agarrar o monstro ou atraí-lo à superfície, ou lançar algo que o arranque, não importa como... quanto ele for capaz de retirar aquele monstro do fundo... o monstro popará como uma rosca e o mar se esvaziará por um ralo gigante. e só restará a cúpula, para sempre azul. para sempre sutil.

Um comentário:

marina morena disse...

SE VC NAO LER, AGORA, CEM DIAS ENTRE O CEU E O MAR, EU JURO QUE PARO DE SER SUA AMIGA!!!!
hahahahah

serio. leia! tem tudo a ver com o post, com seus sentimentos, com sua vida, com o ceu e o mar (caralho!)

leia logo! hoje!