Krishna em O Mahabharata [trad. Jean-Claude Carrière]

"Resiste ao que resiste em ti.
Sê tu mesmo"

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

só um fotógrafo compartilharia da minha emoção ao abrir as cortinas. uma luz amarela, um céu amarelo. as nuvens agora já cobriram tudo e então ficou tudo branco, mas antes era esse amarelo incrível.


aí eu ponho as mãos na testa e me pergunto o que raios eu estou fazendo? é a pergunta que me faço há dias e que me travou e eu nao consigo fazer mais nada além de assistir sex and the city e pensar naquela criatura. é uma sensação tão estranha. todas as suas convicções de repente escorrem geladas pelos dedos surpresos e vem tudo outra vez, a vontade de empacotar a vida e sair correndo, fugir pra outro país, começar do zero, mudar de nome. e lá vou eu tentar falar disso na análise. nem falar não dá. o assunto em si é escorregadio, não consigo descrever pra ela como eu me sinto, fico ali fazendo cara de boba, não dizendo coisa com coisa.

a algum lugar eu cheguei. num dado momento eu viro pra ela e digo que deixo a bagunça chegar ao extremo, que deixo o caos se instalar antes de me incomodar em arrumar. espero não ter mais prato pra usar antes de lavar a louça. não ter mais lugar pra sentar antes de guardar as roupas. deixo o cinzeiro encher até a boca. não é só com o meu quarto que eu faço isso. é tudo, é uma inércia gorda e imensa que me dá sono, muito muito sono, toda vez que eu penso no futuro e não vejo fogos de artifício, toda vez que eu estou temerosa ou insegura, parece que é tudo um grande desperdício de tempo e talento, mas não tenho ânimo pra fazer nada.


uma vontade incrível de ir pra europa assim que sair o passaporte. ou de ir pra outra cidade e arranjar um emprego. ou de começar minha empresa aqui. ou de aprender milhões de programas úteis, ou de ler tantos autores importantes, um monte de possibilidades interessantes para os projetos, esperando para serem executadas. as idéias esperando no limbo, as viagens, os livros que eu quero ler e que eu gostaria de escrever, tudo isso flutuando fantasmagórico do lado de fora. e aqui dentro só pensamos em se apaixonar, namorar, casar e ter bebês.

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